quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ASSOCIAÇÃO CULTURAL BERIMBAU VIOLA: EXEMPLO DE CIVISMO E CULTURA

O Blog do Grupo Zumbi de Cultura Popular, traz até vocês, em entrevista exclusiva, a panorâmica geral do que foi o IV Encontro Berimbau Viola, evento produzido pela Associação Cultural Berimbau Viola, liderada pelo Mestre Chico e Mestre Robson. Vocês se maravilharão com as belíssimas fotos produzidas durante esses três dias. Vamos nos deliciar o excelente papo com o mestre Robson!

Mestre Robson, chega ao final do IV Encontro do Berimbau Viola, esse ano com um movimento interno. Foi o esperado?

MR “Não extrapolamos as expectativas, posso dizer que estamos em andamento, as coisas vão se construindo, a gente vai vendo que de acordo com a construção, a gente vai observando que as pessoas, os alunos, vão tendo a informação, tiram suas dúvidas e começam a crescer! – esse IV Encontro começou do jeito que gente pensou, que seria algo interno e seria realmente para tirar essas duvidas e ter sido de grande valia, as informações passadas aqui. Acredito que é isso aí. Se a gente não fizer por onde manter tradição, os costumes dessa cultura viva, como a gente está fazendo hoje, agora, posso dizer que são uma hora da madrugada, falando sobre capoeira, daqui a alguns anos, ou daqui a dez anos, ninguém mais vai saber o que é capoeira. Então é necessário que a gente tenha realmente esforço , realizando encontros como esse aqui e motivar as pessoas e a comunidade a ter mais consciência com a história da capoeira!

Mestre Robson, foi colocado na questão do projeto social e dentro desse projeto social a sociedade tem chegado junto ao berimbau viola e dado esse suporte?

MR “Sim, o pessoal não só presencialmente na roda, poder vê presenciar, eu digo assim: presente com os seus filhos, eles tem acompanhado o filho, levado o filho para a aula, observado a aula e levam o filho pra casa consciente de ver o filho num ambiente onde tem disciplina, educação, respeito, aprende muito sobre honestidadeacho importante e vejo que não é somente os pais, mas também as empresas, algumas empresas tem observado que a ligação da população com a cultura precisam também de um apoio e eles tem feito isso, aqui na nossa comunidade de forma produtivo, não somente pra obter alguma coisa em troca, mas satisfazer a vontade daquela criança, daquele pai de ver seu filho na roda de capoeira, sorrindo, brincando, abraçando seu mestre, confiante, até mesmo tempo que se vive hoje bené, muitos pais estão desconfiados com respeito as pedofilia, então quando você vê a criança abraçar o mestre com carinho e respeito, você vê que realmente aquela disciplina tem resultado sim, e faz a comunidade aceite a capoeira não somente pela forma como ela é aplicada, mas pelo comportamento e atitude do mestre com os seus alunos!

Mestre Robson- O Berimbau Viola tem como meta fazer reunião ou os pais cobra reunião do grupo no que diz respeito a seus filhos?

O grupo berimbau viola, mensalmente a gente pede aos pais a que venha participar de uma reunião nossa, e nessas reuniões a gente debate muito sobre a escola, comportamento da criança, e pede muito que os pais venham também contribuir, que é assim, se a gente não fizer essas reuniões, tem aluno que a gente não sabe nem quem é os pais, vai pra casa, volta, passa ano e nunca vi o pai dessa criança, então é assim, a cobrança dos pais na aula é de grande valia porque ele também começa a observar os próprios erros ele comete dentro de casa, o mestre ta a vez La, falando e ensinando o era para o pai esta ensinando e ali ele passa a também ter uma aula, acho isso fundamental! Na relação diálogo social, o berimbau adota o dialogo da transparência das idéias.

Mestre Robson, o dialogo entre família e pratica de capoeira?

MR. Bené, pra falar diretamente do comportamento de cada integrante da escola, é entrar também na história de nossos antepassados, você veja que por um trabalho afro descendente, a gente vê que toda ligação africana, todo comportamento africano, é algo muito familiar, o povo é muito unido, é um povo que dá a mão pra ajudar ao outro, existe aquela preocupação da pessoa em si, um com o outro! E dentro do trabalho na capoeira, a gente procura manter essa tradição, a gente não tem interesse que o aluno seja somente mais um integrante dentro do trabalho, a gente que mesmo que ele se torne um cidadão, a gente quer que ele se encontre com ele mesmo e passe a entender que ele é um ser humano, que é livre e que tem liberdade, não somente de expressão corporal para poder chegar na roda e jogar capoeira, mas também ele é livre na mentalidade, então assim, fazer com a criança venha a estudar, a fazer o BA Ba, não somente da roda do seu caderninho e da sua caneta, aprender o que é a letra, escrever, poder chegar pra mãe e dizer, mãe! Hoje eu aprendi que um mais um é dois, então é assim, fazer com que as pessoas venham também, se colocar numa certa posição onde elas iram vê que há uma necessidade delas se organizar, acho isso importante Bené, se nós na capoeira conseguimos fazer com que o viciado, ele venha deixar de ser viciado na droga, para ser viciado na musica, utilizando instrumentos, se tornar viciado em praticar movimentos corporais e passar a ter uma mentalidade que o mundo de hoje vivemos, não é o mundo de 20, 30 anos atrás. Isso é de grande valia para o grupo, e é de grande valia pra própria pessoa, a gente faz entender que na pratica da capoeira, ele não vai somente se libertar do vicio, vai se libertar de um sistema que aprisione rele num determinado lugar que não consegue respirar, então faz com cada um dele, ou seja, faz com que a pessoa venha a entender que ela é livre, então isso é de grande valia, para mim, como mestre, vendo um aluno se libertando de um problema e até mesmo causando uma revolução, porque quando ele passa a aprender ele começa a questionar, começa a perguntar, como você viu hoje. Frisou mestre Robson, que continuou pontuando os caminhos.

- Segundo mestre Robson a importância do trabalho é o resultado onde todos ganham e se sentem vitoriosos. Como podemos constar nesses três dias de convivência dentro do IV Encontro Berimbau Viola.

Mestre Robson, ontem foi um momento diferente, a abertura do IV Encontro Berimbau Viola, no Ateliê Multicultural Elioenai Gomes. Qual o seu ponto de vista ao experimentar outros módulos de atividade coletiva multiculturais?

MR. Bené, eu vejo o seguinte, nós temos uma cidade linda, João pessoa é uma cidade maravilhosa, a terceira cidade mais velha do Brasil, onde o centro histórico é grande valorização, grande preservação e manter a história da capoeira no centro da cidade, ou seja, no centro histórico, é resgatar uma história que praticamente ta morta, hoje gente não vê uma roda de capoeira no centro, m naco vê uma roda de capoeira nos espaços que são reservados pela cultura e isso os entristece nós que temos essa preocupação com a cultura. Agora falar do ateliê Multicultural Elioenai Gomes, aquele espaço, é um espaço que alem de ser centralizado, é um espaço que você sente uma energia diferente, durante quatro anos de trabalho, entramos em parceria juntamente com o grupo zumbi de cultura popular, a gene passou entender que manter um trabalho forte, é manter um trabalho consciente e para manter um trabalho consciente, tem que se preservar num lugar como justamente é o centro histórico! Sentenciou Mestre Robson.

E disse mais “no centro histórico a gente não tem esse olhar de atrair apenas o turista, mas atrair nossa população capoeiristica que ta abandonando aquele lugar, como você viu, pessoas que conhecem muito bem a capoeira, com mais de vinte anos de pratica e não conhecem um lugar com o Ateliê Multicultural Elioenai Gomes, então isso deixa a gene um pouco triste por vê que as não tem essa valorização, falou o mestre. Bené Curiosidade e busca, não?

MR. Pelo lado do centro histórico! Acho que lavai ser palco de muitos eventos, a abertura do IV Encontro do Berimbau Viola, que foi ontem (04/11/2010) no Ateliê Multicultural Elioenai Gomes, quem teve ali, percebeu que a energia é outra, é totalmente diferente, é diferente de você fazer um evento no espaço cultural, é diferente de você fazer um evento na praia, onde o turista que vê, acho que nós devemos ter essa preocupação de fazer capoeira para turista, quem quiser ver a capoeira, vá La onde está ela, e onde ela está? No centro histórico!

Você veja que em salvador, eles, mantiveram a capoeira e fortaleceram a capoeira no centro histórico, porque sabem que lá é a fonte, é a raiz onde tudo começa, então aqui também... A história da capoeira aqui também onda o centro histórico, ronda a igreja das neves, ronda a lagoa é parque Sólon de Lucena, então ali há uma grande história e a gente agora tem que preservar, juntar essa grande u não que está acontecendo com o berimbau viola e o grupo zumbi de cultura popular e fazer com o ateliê multicultural Elioenai Gomes seja uma grande dentro a população venham a ver como é o jogo da capoeira, inclusive a gente está sentando para fazer com que a capoeira de dentro do ateliê ganhe a rua! E a rua é a onde? A praça onde foi renovada agora a pouco, em frente à delegacia da policia federal, que estava abandonada. Que é a rio braço e hoje está muito linda, e a gente vai reunir nossos amigos da capoeira e fazer aquilo voltar a ser o que era! Acho assim, bene, a praça é um espaço de grande força e se a gente souber preservar, com certeza será e já é pra mim um pelourinho, aquilo ali o pelourinho da Bahia!

Mestre Robson. Nesse quatro anos de berimbau de administração do Berimbau Viola e sua própria trajetória,, como capoeirista, hoje, você no papel de mestre, na figura do mestre, na liderança do mestre e ao mesmo tempo aluno, ao mesmo professor, ao mesmo tempo irmão, ao mesmo tempo pai, ao mesmo tempo tudo isso que a capoeira tem, como diz o sábio e eterno pastinha, a capoeira é tudo que a boca come. Covo você se avalia hoje, um mestre ainda jovem, mas mandando muita sabedoria popular, as dificuldades culturais que lhe abraçam e você consegue discernir isso muito bem, qual é a sua avaliação em cima desses fatores?

MR Bené. Fazer uma auto avaliação de mim assim, é realmente complicado, eu me vejo ainda um aluno, eu me vejo aluno porque assim, todo que eu aprendo, sou menino nessa pratica, eu não vejo capoeira pelo tempo que eu tenho de pratica, eu avalio meu tempo de pratica quando estou justamente na roda. E a roda de capoeira me traz muita emoção, eu me emoção muito em roda de capoeira, e não somente nesses quatro anos de fundação do berimbau viola, onde eu estou dando toda minha energia junto com o mestre Chico, que mestre Chico, pra mim, eu não vejo ele mestre, vejo ele um irmão, que tem uma gama de conhecimento, e que me ajuda muito no momento que eu preciso, e quando eu preciso mesmo alimentar minhas energias, m eu vou pra roda, eu acho que falar de tamanho conhecimento, eu prefiro dizer que aprender capoeira angola, a qual eu pratico, ao lado de grandes mestres que hoje ainda estão vivos e passando energia e inrfomação eu acho que é um grande privilégio. Eu costumo dizer Bené. Hoje a gene vive os sonhos dos nossos antepassados, eles queriam era essa liberdade que a gente tem hoje de poder ensinar e praticar capoeira entendeu! –eu pensei nisso e eu guardei isso pra mim pro resto da vida “eu hoje vivo os sonhos dos antepassados”, que queriam que a capoeira fosse livre como hoje! Finalizou mestre Robson com muita propriedade!

Na próxima edição, Mestre Chico exclusivo para o Blog do Grupo Zumbi de Cultura Popular-canal de comunicação voltada a para a captação e divulgação da capoeira enquanto cultura.

2 comentários:

  1. A abertura do evento foi muito boa. Capoeira de altíssimo nível. Parabéns e longa vida ao Berimbau Viola!

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  2. Ótima entrevista com o mestre Robson! Fique feliz também em ver minhas fotos por aqui. Abraços e sucesso!

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